Talvez estejamos vivenciando dias históricos, de profundas mudanças. Jovens mobilizados, juntos, confraternizando um desejo pacífico por transformações políticas, éticas e sociais, representam a construção de uma nova identidade; em poucos dias nossa geração rompeu com a letargia cívica mostrando, finalmente, que é possível incomodar, com legítimas demandas, as estruturas arcaicas que ainda sedimentam e controlam o espaço público do nosso país. Mas quais seriam estas demandas? O fim da corrupção, da falta de transparência no manejo orçamentário, dos privilégios concedidos a grupos poderosos, do preconceito, da má distribuição dos recursos, da opressão social, da incompetência administrativa? Talvez, o repúdio ao extremismo religioso, ao pensamento burguês, ao nosso sistema político falido, à falta de estrutura, à péssima qualidade da educação e da saúde, à elevada carga tributária? Quem sabe estas demandas não sejam contra o inchaço do Estado, fruto dos resquícios de ideais social...