Hoje, em Juiz de Fora, voltaremos às ruas para novamente chamar a atenção. Segunda-feira milhares caminharam da praça São Mateus até o centro da cidade. Meus companheiros etários, felizes em participar de algo novo, naquele dia, tentaram manter a seriedade, disfarçaram o júbilo, e esconderam a satisfação. Eles estavam protestando e, portanto, era necessário assumir um esgar indignado. Não participei da caminhada, pois já na concentração me senti acossado por tristes e contraditórios pensamentos, sabia da importância simbólica daquele ato, mas tive medo, e ainda tenho, de ser apenas mais um convidado de uma camuflada orgia manipulativa. É estranho perceber que no meio de tantos que se dizem enxovalhados por uma realidade perversa, não haver nenhum reflexo sincero de humilhação; estavam todos felizes, sorridentes. Tudo bem, este sentimento é natural, pela primeira vez estávamos abraçando à cidadania. Aquele foi nosso primeiro e mais robusto protesto, mesmo assim me senti uma peça d...