Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de junho, 2013

À Procura de Ideais Desconhecidos

Hoje, em Juiz de Fora, voltaremos às ruas para novamente chamar a atenção. Segunda-feira milhares caminharam da praça São Mateus até o centro da cidade. Meus companheiros etários, felizes em participar de algo novo, naquele dia, tentaram manter a seriedade, disfarçaram o júbilo, e esconderam a satisfação. Eles estavam protestando e, portanto, era necessário assumir um esgar indignado. Não participei da caminhada, pois já na concentração me senti acossado por tristes e contraditórios pensamentos, sabia da importância simbólica daquele ato, mas tive medo, e ainda tenho, de ser apenas mais um convidado de uma camuflada orgia manipulativa. É estranho perceber que no meio de tantos que se dizem enxovalhados por uma realidade perversa, não haver nenhum reflexo sincero de humilhação; estavam todos felizes, sorridentes. Tudo bem, este sentimento é natural, pela primeira vez estávamos abraçando à cidadania. Aquele foi nosso primeiro e mais robusto protesto, mesmo assim me senti uma peça d

Comunicado À Juventude Patética

Talvez estejamos vivenciando dias históricos, de profundas mudanças. Jovens mobilizados, juntos, confraternizando um desejo pacífico por transformações políticas, éticas e sociais, representam a construção de uma nova identidade; em poucos dias nossa geração rompeu com a letargia cívica mostrando, finalmente, que é possível incomodar, com legítimas demandas, as estruturas arcaicas que ainda sedimentam e controlam o espaço público do nosso país. Mas quais seriam estas demandas? O fim da corrupção, da falta de transparência no manejo orçamentário, dos privilégios concedidos a grupos poderosos, do preconceito, da má distribuição dos recursos, da opressão social, da incompetência administrativa? Talvez, o repúdio ao extremismo religioso, ao pensamento burguês, ao nosso sistema político falido, à falta de estrutura, à péssima qualidade da educação e da saúde, à elevada carga tributária? Quem sabe estas demandas não sejam contra o inchaço do Estado, fruto dos resquícios de ideais social

TOP 50 - Filmes da Década de 00 - part. VI

Em uma das minhas recreações na biblioteca da UFJF, encontrei um livrinho de citações, uma em especial chamou minha atenção, não perdi tempo em transcrevê-la, algo naquelas palavras parecia me impulsionar a uma nova verdade. Coincidentemente, hoje ao ler, na última edição da revista Carta Capital, uma matéria sobre o finado historiador Eric Hobsbawm, fui surpreendido pelos mesmos dizeres. Agora, tentando desvendar esta casualidade sincrônica, descubro meu retrocesso linguístico; minha memória sentimental, ao ludibriar o intelecto, subverteu minha escrita, transformando-a em um joguinho de erros e acertos. Alguns preferem a sugestão, outros são aficionados por pés, há ainda aqueles que detestam incomodar a imagem com música; eu, ao contrário, adoro camuflar o óbvio e sugerir o impossível, tenho certa predileção pelos olhos que, ao escolherem o verde em nosso lindo espectro de cores, amplificam minha sensibilidade a níveis apaixonantes, e, é claro, sobre formas e barulhos, ten

TOP 50 - Filmes da Década de 00 - part. V

As frases que antecedem os comentários dos filmes não são meros desabafos, tampouco representam confidências inúteis de um sujeitinho desavergonhado e boçal. O objetivo em criar uma super postagem dividida em várias partes é, além de opinar sobre as respectivas obras, exercer a escrita diariamente. Estabelecer um caminho ou uma meta facilita meu empreendimento, e, vale lembrar, que, quando escrevo, crio um personagem atormentado pela dor de não possuir dor alguma; minha multifária persona social, alienada, sado masoquista e compungida por um imenso sentimento de culpa e remorso, segue a inspiração das películas em comento, nada é gratuito e todos os textinhos de abertura obedecem, em maior ou menor grau, a temática sugerida. Ao leitor mais atento, ofereço um pequeno enigma facilmente desvendável; basta assistir aos filmes e tudo passa a fazer sentido. Confesso: sinto prazer em me expor ao ridículo, pois minha liberdade e desapego às falsas aparências apenas se elevam

TOP 50 - Filmes da Década de 00 - part.IV

Fazendo uma análise jocosa das três partes anteriores, percebi em meus textos uma certa propensão ao ridículo; mesclando subjetivismos e clichês, transformei comentários em emaranhados de palavras confusas e desinteressantes; entre o distanciamento pseudo erudito, confidências plangentes e a análise burocrática iniciei um estilo novo, inovador e vergonhoso. Meu orgulho e originalidade ficam armazenados, presos em meu sub-consciente, esperando, em estado latente, a oportunidade para anunciar ao mundo minha índole irônica de fracassado. Sempre ansiei a imoralidade, quis de todas as formas homenagear o ímpio, o vil, o reles; porém minha criação cristã e minha personalidade comedida nunca permitiram o menor desviu. Tenho, infelizmente, um ótimo coração, sou correto, bom samaritano, incapaz de machucar meu maior inimigo; sempre, à semelhança da imensa maioria, irei carregar a cruz do homem comum, bem comportado, e por mais que eu tente o contrário, serei - mesmo mudando o visual, a c

TOP 50 - Filmes da Década de 00 - part. III

Coincidentemente, os três filmes da postagem de hoje flertam com um elemento bastante popular neste blog; mesmo com temáticas diversas e concepções artísticas diametralmente opostos pairam sobre eles camadas rugosas de solidão. Aliás, sempre quando lembro deste sentimento, ressurge em meus pensamentos a dolorosa poesia Lisbon Revisited de Álvaro de Campos; uma das estrofes, outrossim, sempre dialogou com meu lado sádico e dolorosamente sardônico, deixando explícito quem eu sou; mesmo porque, se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade; assim, como sou, tenham paciência; vão para o diabo sem mim; ou deixem-me ir sozinho para o diabo; pra que havermos de irmos juntos?* A par do despropósito da referida citação, deixo claro que tenho a liberdade para desvirtuar todos os textos, digitar, sem qualquer censura, o que me vier a mente. Aos poucos e fieis leitores que acompanham os desabafos daquele que vos escreve, considerem o poema de Pessoa uma delicada mesura. Eu sei: and

TOP 50 - Filmes da Década de 00 - part. II

Como prometido, retorno ao blog para continuar minha extensa e árdua tarefa de postar 50 grandes filmes da década passada. Apesar de repentina, a ideia de dividir a lista foi ótima, com poucos minutos consigo escrever textinhos, tecendo comentários aleatórios sobre peculiaridades, afáveis ou não, das respectivas obras; além de tudo, garanto um maior volume de acessos ao blog, pois, inevitavelmente, o número de visitantes está diretamente relacionado às atualizações. Nesta segunda parte, dois dos filmes listados são bastante populares; acredito que a grande maioria já teve a oportunidade de assisti-los; aliás, devo confessar que, quando classificava as obras, muitas foram deixadas de lado em detrimento de outras mais conhecidas; Os Outros, Guerra dos Mundos, O Senhor dos Anéis , e algumas películas que serão reveladas em um futuro próximo ficaram, no corte inicial, em posições insuficientes, no entanto, para popularizar meu ranking, substitui alguns filmes obscuros do cinema asiá

TOP 50 - Filmes da Década de 00 - part I

Eu deveria, para manter a coerência temática, ter utilizado o outro blog para postar uma nova lista de filmes. O já esquecido Disfonia Visual provavelmente está com seus dias contados, abatido e sem forças para vencer a apoplexia e o ostracismo, o mais digno é enterrá-lo com as honras de um recém nascido que pouco experimentou em vida. Longe de ser popular, o "Oblações" possui poucas dezenas de acessos diários, a maior parte fruto de pesquisas no google, que, no entanto, são suficientes para reavivar meu ânimo.  Escrever sobre a arte, literatura, pensamentos diversos, sensações momentâneas, preferências, desejos, acontecimentos ou até sobre o nada que no meu íntimo pode ser tudo, tem sido o propósito deste blog. Nunca me preocupei em ser ouvido, tampouco respeitado ou entendido por todas as bobagens já publicadas; queria e ainda quero, como qualquer um, existir; faço isso dizendo pra mim mesmo o que gosto, sinto, observo, vivencio. Se alguém, neste mundão sem fim,