Tomás (26, abril, 2015) - manhã - domingo Acordei com um ligeiro mal-estar. Ontem exagerei um pouco na bebida, talvez por isso esteja sentindo tamanho desânimo. Ao meu lado, Carol dorme; o que estaria sonhando? Se pudesse invadiria seus sonhos e me manteria apenas como espectador, um voyer que analisa os segredos alheios, pois tenho medo de viver entre mentiras, de não saber os rumos certos do meu relacionamento. Dessa forma, inerte, com a respiração tranquila e o semblante sereno, Carol não parece enxovalhar-me. Em verdade, não vejo Carol, vejo um rosto, um rosto simétrico, um rosto delicado, alvo, um rosto perfeito; ao lado desse rosto consigo exultar meu espírito, ao lado desse rosto tranquilo, sereno, inerte, simétrico, delicado, belo não tenho medo de amar. Mas quando suas pálpebras despertam sou exortado ao medo; meu amor tão nobre e colorido fica lôbrego. Tenho medo, muito medo. Tomás (27, abril, 2015) - tarde - segunda Ontem, após o futebol, briguei co...