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Mostrando postagens de agosto, 2015

Diários de Dois Amantes (part. III)

Tomás (26, abril, 2015) - manhã - domingo Acordei com um ligeiro mal-estar. Ontem exagerei um pouco na bebida, talvez por isso esteja sentindo tamanho desânimo. Ao meu lado, Carol dorme; o que estaria sonhando? Se pudesse invadiria seus sonhos e me manteria apenas como espectador, um voyer que analisa os segredos alheios, pois tenho medo de viver entre mentiras, de não saber os rumos certos do meu relacionamento. Dessa forma, inerte, com a respiração tranquila e o semblante sereno, Carol não parece enxovalhar-me. Em verdade, não vejo Carol, vejo um rosto, um rosto simétrico, um rosto delicado, alvo, um rosto perfeito; ao lado desse rosto consigo exultar meu espírito, ao lado desse rosto tranquilo, sereno, inerte, simétrico, delicado, belo não tenho medo de amar. Mas quando suas pálpebras despertam sou exortado ao medo; meu amor tão nobre e colorido fica lôbrego. Tenho medo, muito medo.  Tomás (27, abril, 2015) - tarde - segunda Ontem, após o futebol, briguei com Ca

Diários de Dois Amantes (part. II)

Carolina (26, abril, 2015) - noite - domingo Sinto dentro de mim que algo não está no seu lugar. Briguei com Tomás a poucos minutos, ele saiu louco pelas ruas. Queria ficar sozinha, na verdade queria ficar longe de Tomás, um mês ao menos. Não suporto mais seus ciúmes e cobranças, talvez não suporte mais nosso relacionamento. Eu o amo, tenho certeza disso, mas algo mudou, não sinto, como antigamente, aquela ânsia de estar ao seu lado, nem aquele desejo maluco de abraçar, beijar, transar. Talvez não esteja mais apaixonada. Ontem aconteceram coisas surreais, estive próxima de cometer uma loucura. Me censurei, ou seriam as ideias de Tomás que me censuraram? Já estou farta dessas regras, desse comportamento mesquinho, conservador. Não posso abdicar do novo, limitar minha existência a estas coisinhas pequenas. Também não posso abandonar Tomás. Eu o amo, o amo muito. No entanto, por que não posso amar mais, amar o novo? Meu Deus, estou sem saída. Carolina (28, abril, 2015)

Diários de Dois Amantes (part. I)

Carolina (24, abril, 2015) - noite - sexta Tive um sonho, um sonho inexplicável. Cavalgava com um sujeito estranho, anos mais velho, já com os cabelos grisalhos. Ele me conduzia por montanhas de coloração azulada e emitia gemidos enquanto chicoteava o cavalo. O cavalo tinha asas, era branco e enorme. Seu tamanho, três vezes maior que o natural, dava uma sensação de desproporcionalidade e loucura. Me sentia uma criança no dorso daquele animal, no entanto minhas atitudes não eram nada inocentes. Enquanto o homem conduzia nosso passeio segurando as rédeas e o chicote, eu, encostada nele, lambia seus ouvidos e apertava, com ambas as mão, seu pênis. Apesar de não gostar do que estava fazendo, não conseguia parar meu ato obsceno, e, quanto mais apertava aquele pau ereto, mais rápido cavalgávamos. Tenho sonhado coisas perversas, putarias escabrosas, não sei o significado desses sonhos, porém não me importo com isso. Já tem um tempo que não sonho com Tomás. Passo tanto tempo com ele q

Livros Digitais

Nunca pensei que seria adepto aos e-books, tampouco imaginava que abandonaria os livros de papel para me dedicar à leitura em dispositivos digitais; no entanto semanas atrás adquiri o e-reader da saraiva (Lev) e me apaixonei por este novo meio de leitura. Encontrei, gratuitamente, uma série de livros digitais e, com isso, minha antiga ânsia de leitura foi renovada. Em pouquíssimo tempo já li oito obras e caminho, a passos largos, para finalizar a nona. Aproveitarei este espaço para tecer breves comentários sobre minhas leituras e organizar as vindouras. Não abandonei o papel, mas, ao menos por enquanto, não pretendo voltar tão cedo ao tradicional; meu deleite literário galopa em sintonia à modernidade. 01. A Invenção de Morel (Adolfo Bioy Casares) NOTA: 9,0 Sempre quis ler esta obra do argentino Adolfo Bioy Casares, mas, ora por motivos financeiros ora por desânimo em vasculhar em sebos e biblioteca algum exemplar da novela, adiei a leitura. Quando adquiri o Lev e