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Mostrando postagens de setembro, 2017

Duas Palavras

Sempre sonhei em escrever. Mais do que uma frase, ou sentença. Queria escrever um parágrafo, uma ideia; talvez uma página, um capricho. Duas palavras, após um testemunho. Quem sabe um conto, uma novela, um livro.  Sempre sonhei com papéis. Mais do que isso, com a tinta. Queria folhear algo meu; não aquilo que apenas eu manuseio. Queria também outras mãos perto das minhas, bisbilhotando palavras daquilo que sonhei. Quem sabe uma frase, um parágrafo, uma ideia. Se fosse um livro, de poucas páginas, mas um livro; quantas mãos seriam aquelas? Quantos pensamentos? Quantos gritos? E os sussurros?  Sempre sonhei poesia. Mas poesia sem palavra. Poesia de silêncio. Poesia que se diz sem som, que se compreende sem voz alguma. Poesia que vem de dentro e não vai embora. Não qualquer uma, daquelas que nascem resplendorosas. Outro tipo de poesia. Um tipo de poesia que não se conhece. Um tipo de poesia não escrita. Um tipo de poesia densa, dura, impenetrável. Um tipo de poesia muito cheia

Aventuras de Ravi - XXX

Bleu escreveu a petição. Seu texto era fluído e convincente, porém não sabia como provar a indispensabilidade de Ravi junto aos cogumelos. Sem aquele tópico a peça seria arquivada. Ainda tentando solucionar o problema, reencontrou Colère e pediu para que o mesmo retirasse o garoto do hospital. O vermelho, com a ajuda de dois policiais que o acompanhava, escoltou o corpo do menino para fora da cidade. Com a presença oficial da guarda, os médicos e enfermeiros nada puderam fazer para impedir a retirada do comatoso. Os policiais estavam mais preocupados em se livrarem do problema, a presença de estrangeiros sempre lhes causavam transtornos, do que com a saúde do rapaz.  Sozinho com Ravi, Colère, com auxílio do tapete voador, se dirigiu à aldeia do Povo do Maracujá. Para Bleu, aqueles homens tão semelhantes ao menino, poderiam salvá-lo. Enquanto isso, o azul aguardou o retorno de Giallo. Quando o amarelo retornou, os dois trataram de escrever o tópico faltante da petição. "Já

Aventuras de Ravi - XXIX

O amarelo retornou ao hospital com a expectativa de ver Ravi recuperado. Quando soube da piora do garoto ficou aflito, e junto a Bleu foi ter com o médico teoricamente responsável pelo repentino coma do menino. Conversaram por vários minutos. Hollande não quis se responsabilizar por nada, disse que seguira o procedimento padrão e que não tinha culpa pela a delicadeza do estranho. Giallo já não tão calmo como de costume; estava apreensivo, deveria entregar o garoto em boas condições ao Senhor Green, o contrato já estava assinado e aquele imprevisto poderia lhe gerar problemas; ameaçou o doutor. Disse que se nas próximas horas não houvessem melhoras processaria o médico, o hospital e toda a equipe. Hollande não deu importância as ameaças; Ravi era humano e nenhum legislação dos cogumelos previa punição para negligência hospitalar contra membros de outra espécie. Afirmou ter feito o possível, ainda sugeriu que eles, os irmãos, eram os verdadeiros culpados pelo estado do menino, já qu