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Postagens

Mostrando postagens de maio, 2013

Top 10 - Romances

No prefácio do romance “O Retrato de Dorian Gray”, Oscar Wilde definiu, com perspicácia e toques de ironia, as obras de arte; para o autor, um homem que cria algo inútil pode ser perdoado somente se admirar, com uma profundidade apaixonada, sua própria criação; o artista não constrói sua obra para solucionar problemas práticos, tampouco lucubra objetivos vindouros com os frutos do seu trabalho; ele pinta, esculpi, compõe, escreve, constrói, filma, canta, molda, desenha, fotografa por mera necessidade existencial ou, às vezes, fisiológica. A obra de arte é aquela que sem dizer nada encanta nossos olhos, ouvidos, braços, pernas, o estômago, o fígado, o cérebro, testículos, ossos, músculos, artérias, veias, nossos dedos, vermes, parasitas, o ego, o alter ego, o id, sentimentos, sensações, e o infinito que não existe em lugar algum; é o inexplicável autoexplicativo, o sopro suave tão forte quanto um furacão, um aplauso ao nada ou uma reverência ao absoluto; enfim, é tudo aquilo que julgam

A Distopia Cômica do Direito Penal

No último semestre da faculdade fui “obrigado” a participar de um fórum sobre alguns artigos da parte especial do Código Penal; semanalmente eu e meus colegas de classe tínhamos de postar comentários acerca do tema proposto. Sempre que escrevia tentava fugir do convencional, criando respostas despadronizadas, cômicas e muitas vezes forçosamente anárquicas. Hoje, ao vasculhar o meu e-mail para encontrar um antigo arquivo que misteriosamente evaporou de meu PC, deparei-me com minhas nonsenses postagens do fórum. Como estou folgado, sem compromissos ou tarefas a realizar, decidi relê-los. Devo admitir que ri internamente e fiquei um pouquinho estuporado pela minha total falta de vergonha em tentar, sub-repticiamente, engambelar os objetivos propostos pelo professor. Meus comentários ao invés de abordar normativamente a matéria, descrevendo institutos, teorias e a dogmática penal, conforme a orientação recebida e debatida em sala, seguiram a estratégia da preguiça fantasiosa ou, com

Uma Noite ao Luar na companhia de Schumann

Estou lendo um romance monumental, a cada frase, expressão ou sentença sinto-me desafiado; venho aprendendo muito, enriquecendo meu vocabulário e recebendo aulas genuínas de estruturação textual e exposição de ideias. Thomas Mann é fantastico, só não digo que ele é o "cara" porque ficaria redundante; "mann" em alemão significa homem. Aliás se Barack Obama elogiá-se o escritor ouviríamos uma frase rítmica quase monofônica: "Mann you are our man" a tradução da mesura para o idioma tedesco ficaria ainda mais estranha ou constrangedora: "Mann Du bist unser Mann".  Não obstante estas informações insípidas, meu objetivo, ao retornar ao meu blog, é postar algo que vem, nos últimos dias, enternecendo meus sentidos. Tenho escutado diariamente as melodias etéreas de Robert Schumann; a exultação sensorial produzida pelas suaves notas musicais do pianista, têm transformado minha percepção auditiva em afáveis receptáculos de encantamento. Escutar